08 maio 2008

Reflexos

Renega mesmo.

A tua origem,
Teu argumento.

Reflete no resto da sua vida
E agora o conserto
É bem mais caro
Do que você poderia pagar.

Reflete nas outras peças,
Em outras máquinas
- Também quebradas.

E cada máquina que pára,
Cada engrenagem emperrada,
É sua consciência que pesa
Ante a cabeça que não resiste
- E pende.

Mas os olhos não cerram,
E o que te domina
É o cansaço contínuo,
Os olhos vermelhos,
E nenhum descanso.

Não há tomada
Aonde enfie os dedos,
- A luz acabou.

No escuro,
Seus olhos têm a mesma cor
Do que os meus.

Só isso.
Paulo Renato,
08/05/2008 - 01.53h

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