29 maio 2008

Uma Fábula Qualquer

No centro da Terra,
Borbulhando na lava,
Cozinhando em segredo
O tempo que passa.

Disfarçando horrores
Sobre a incapacidade
De definir,
De concretizar.

- Mas quem disse que tudo
Tem que ter definição,
Já que o fim de cada um
É mistério da vida,
E isso nos faz
Eternamente perdidos
Em relação ao exato momento
Em que estamos posicionados
Na escala?

- A régua que não tem fim...

Concatenar histórias diversas,
Misturar os personagens,
É romper um pouco
Com a regra ridícula
De casar heróis e princesas,
De prevalecer o bem contra o mal,
De ensinar errado às crianças
Aquilo que a vida,
Inevitavelmente,
Mostrará na prática.

O lobo mau reina feliz,
Enquanto o caçador covarde
Coloca em extinção
Outros animais indefesos.

- A blusa com a etiqueta pra fora
Está do lado certo.

Do avesso,
Eis você.

Paulo Renato,
29/05/2008.



7 comentários:

Anônimo disse...

Fala Paulinho!
É muito curioso! Leio a sua poesia e ouço a música, a melodia... A musicalidade, neste caso, creio que vai além do que a poesia nua e crua possa sugerir.
Gostei muito!
Grande abraço e blog "linkado" com muita honra.
Celso Cardoso

Paulo Renato César disse...

Valeu, Celso. Acho que a musicalidade vem do hábito de escrever já pensando que toda música é poesia e vice-versa. Realmente faço uma divisão mais ou menos homogênea na minha cabeça, apesar de não usar muitas rimas, o que acaba deixando os versos mais musicais. E gosto também de fazer o exercício de musicar poesias que de antemão não foram pensadas para serem necessariamente músicas. Obrigado pela visita, e volte sempre.

Abraço,

Paulo Renato.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Estarei sempre por aqui!
Não só pela amizade que ganhei recentemente, mas também pelo amor à música e, claro, à poesia!
Grande abraço, amigão!
"Porque é noite, de balada..."

Anônimo disse...

Amei...
Linda a poesia do Paulo, concordo
com o Gentil, ele precisa mostrar a
sua poesia para o nosso pessoal...
Um graaaande abraço...
Nanci

Anônimo disse...

Gostei da fábula do Paulo Renato. Já está lá no arquivo como "favorita".
Gentil

Paulo Renato César disse...

Obrigado pelo elogio, Gentil. Apareça mais vezes!